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Relações e ansiedade

Acho que é um saber comum que a ansiedade é algo que afeta cada vez mais e mais toda a gente. Contudo, sou da opinião de que ainda não se fala o suficiente e, infelizmente, ainda há muitas pessoas que associam qualquer tipo de doença ou distúrbio mental/psicológico a "drama", "preguiça" e entre outras coisas que, quando se está neste estado de espírito tão azul, só nos faz questionar se realmente somos nós ou os outros. Um pequeno spoiler: não são vocês.

Mas hoje não quero falar disso. Quero trazer o tema da ansiedade, mas dentro de uma relação. O que é que ela consegue afetar e como é todo o procedimento até à outra pessoa saber o que fazer e como lidar com.


Há uns tempos gravei um episódio para o meu podcast que abordava este tema. No entanto, achei que seria bom trazê-lo, também, para cá.

No episódio, para além de se ter falado da nossa experiência, também tentamos dar alguns truques e recursos para, a longo prazo, se tornar mais fácil de lidar com o assunto.


Comunicação

Se forem como eu vão ter como mecanismo de defesa o facto de se fecharem e afastarem. Contudo, com os anos e aprendendo a lidar com a situação, aprendi que ser honesta é a melhor estratégia. Por isso é que digo sempre para falarem, pelo menos com a pessoa que estão. Se sentem que um ataque, por mais pequeno que seja, está a chegar sentem-se e falem com a pessoa. Sejam honestos e digam-lhes em como é que eles podem ajudar.


Dar a informação

A verdade é que nem toda a gente tem o conhecimento de mão beijada e, por isso, o mínimo que podemos fazer para nos ajudarmos e ajudarmos quem está connosco é dando-lhes o conhecimento e ter noção que isto não é a realidade de toda a gente e que há pessoas que só fazem a pesquisa depois de começar a fazer parte das suas vidas.


Não pressionar

Um erro comum que se faz entre casais é o de pressionar a pessoa a falar sobre o que está a acontecer ou a sentir. Isso, por norma, só levará ao pior e começará a criar algumas dúvidas que serão, por si só, alimentadas pela insegurança e pelos momentos de ansiedade. Dúvidas essas que queremos evitar.

Algo que é bom de se adotar são opções. Quando algo está a acontecer com a outra pessoa, perguntem, "queres que fique ou que te dê espaço?", porque cada situação será diferente da anterior e, enquanto que numa a pessoa talvez quisesse sentir a tua presença bem perto, noutra pode ser que isso a incomode. Contudo, se a opção que ela escolher for o espaço, garante-lhe que se ela mudar de ideias tu estarás só a um corredor de distância.


Aceitar a ansiedade como se fosse um terceiro membro da relação

Sei que talvez esta comparação seja demasiado, mas o meu pensamento é o seguinte: a ansiedade está lá 24/7. Por vezes está mais apagada, sim, mas está lá e pode ficar no seu auge quando menos esperamos, assim como um vulcão em erupção. O truque está em, realmente, tratar a ansiedade como se fosse mais uma pessoa da relação e como se a mesma fosse uma relação aberta e quando a ansiedade chega vocês estão prontos para a receber e a mandar embora por mais um bom período de tempo. O pior que vocês poderiam fazer seria o facto de só dar cara e importância quando está a acontecer e não trabalhar nela, no seu recuperamento, em truques e métodos enquanto ela está "adormecida".


Discussões

Por vezes discutir é algo bom. Neste caso não foge à regra e quando digo discussões quero dizer troca de ideias.

A verdade é que em muitos casos as pessoas que sofrem de ansiedade ficam na defensiva e evitam serem ajudados. Eu era assim no ínicio. Durante muitos anos achei que a batalha era só minha e que, por causa do problema ser meu, só eu o poderia resolver. E com isto entrava todo um ciclo vicioso onde eu e só eu é que estava autorizada a fazer algo em relação a tal e, eventualmente, nem amizades eu deixava que vissem essa parte de mim.


Ser fraco

Este tópico pode estar ligado ao anterior. Começo por deixar claro que vocês não serão um fardo para ninguém se procurarem ajuda e, se por alguma razão, alguém vos demonstrar isso, cortar a pessoa da vossa vida será o melhor que poderão fazer porque amigos são suposto estarem lá para o bem e para o mal, não atirar-vos à cara as vossas fraquezas.

Durante muitos anos eu fui a pessoa que evitava falar dos meus assuntos porque sempre senti que eram tão meus, desde tão nova que era quase como se eu lhes tivesse a apresentar uma versão minha que a pessoa não conhecessem. Mas nestes momentos uma pessoa não pensa e a verdade é que a pessoa conhece essa versão, talvez não a um nível profundo porque tu não queres e negas ser ajudado. Mas quem te conhece saberá sempre quando estás mal.

Sei que o orgulho também não te deixa parar de lutar mas eu consigo dizer-te aqui, como alguém que teve que meter isso na cabeça da maneira mais dura e crua de que é-te permitido seres fraco. É-te permitido seres humano. É-te permitido cair e quebrar. Toda a minha vida lutei a pensar que se eu mostrasse essa versão de mim, se eu mostrasse que eu também posso ser fraca, isso tornar-me-ia menos forte. Mas a verdade é que eu só desejava que alguém chegasse e aguentasse tudo por mim, nem que fosse por cinco minutos. Para que, nesses cinco minutos, eu pudesse chorar tudo o que eu tinha a chorar.

Por isso sim, permite-te ser fraco de vez em quando. Assume esses sentimentos que, mais tarde ou mais cedo, se não os assumires, eles vão chegar cá fora no meio de uma explusão e é melhor lidar com cada um no seu tempo do que com todos misturados ao mesmo tempo.


Relembro que cada caso será diferente, contudo não poderia deixar de vir cá partilhar estes truques para vos ajudarem nos momentos mais sombrios. Sejam vocês, sempre. Isso basta.




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